Sunday, May 1, 2011

Thank you very much, you Brits

Vou dizer o que tenho para dizer sobre o casamento dos ingleses, e não voltarei a pronunciar-me sobre tal evento.
Andaram a bombardear-nos durante semanas, mais entusiasticamente na ultima semana, em tudo o que é canal (generalista) que é o conto de fadas. Ah o conto de fadas, o conto de fadas! É um conto de fadas! Meu Deus um conto de fadas!
Muito bem, parabéns ao casal, não os conheço pessoalmente mas parecem-me duas pessoas simpáticas. Felicidades, a sério.

No entanto este CONTO DE FADAS, que os média tornaram num espectáculo mediático em que tudo foi comentado desde sacos de vómito a falta de cabelo, lamento constatar que não é mais do que uma ajuda descarada ao perpétuamento do estigma social a que o homem comum está a ser sujeito na era moderna.

Sim leram bem, homem comum. Porquê? Porque o tal conto de fadas é para elas, não é para nós. Porque as senhoras solteiras (e não solteiras também, cuidado pessoal) vão olhar para os posters que têm afixados nas paredes, para as caras famosas das revistas cor de rosa, para os galãs das novelas e das comédias românticas e vão pensar, "se esta lambisgóia desta Kate consegue casar-se com um príncipe, talvez eu também consiga." E quem diz um príncipe, diz um futebolista, diz um magnata, diz um actor, diz o presidente ou administrador de alguma coisa, diz o João Malheiro, diz o George Clooney. E assim vamos passar a ter mais "floribelas" por aí à espera do príncipe encantado que a levará a viver para um castelo fofo e azul na terra dos arco íris, enquanto que o homem comum que não sobressai socialmente fica condenado ao esquecimento e ao desinteresse. E quando dizemos que "foi só por esta noite que de manhã tenho de me por na alheta" ainda ficam ofendidas. Típico.
Antes de me chamarem chauvinista fiquem com esta, companheiros: deram com a vossa cara-metade (para quem a tem) a olhar para vocês sem dizer nada nos últimos dias? Sabem o que ela estava a pensar? "Como é que raio acabei com este tipo ? Podia ter esperado por um príncipe, oh se podia!"

Foi um flagelo, um quebra-esperanças e um quebra-lares este casamento, digo-vos.

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